Recordações de uma noite
Uma
noite qualquer que acabou se tornando uma noite daquelas.
(Conto Underground)
Era previsível que todos nós nos encontrássemos as meia
noite na praça do campo grande. Joana, Henrique, Fael iriam comigo e Arthur,
Isabel, Marília iriam com Eric, não era nada combinado, mas, era o que sempre
acontecia todas as sextas depois de alguma festinha.
E como sempre a galera estava meio alta, agitada e muito a
fim de chapar.
- Sim, eu disse para você que eles não viriam pivete, já
são meia noite e meia e nada de ninguém aparecer! Disse Henrique agoniado para
ir para casa com uma cara de bêbado já todo amarrotado. Eu o entendo, passou a
noite toda pagando o pau para uma guria que o cativou até ele ficar duro e
depois quando ele estava duro literalmente ela deu o fora deixando ele puto no
meio da gente emputecendo meu juízo.
- Man, relaxe, eles vão vim.
- E se eles não vinherem agente vai ficar aqui de
bobeira? Disse Joana com cara de quem não “botava fé” que estávamos parados ali
esperando a outra parte da galera. Se bem que Joana estava bem instigante com
sua saia quadriculada e seu top preto, dava perfeitamente para ver o pircing na
barriga, sua rosa negra na cintura e uma arvore escura; um carvalho, cercada de
corvos no ombro, pela tonalidade branca tipo neve da sua pele suas tatuagens
quase que brilhavam no escuro e como ela já não era de se jogar fora a atribuía
um charme encantador pra mim não era um problema ta ali sem fazer nada, “só
olhando”.
- Porra até você Joana? – Relaxa, vamos esperar mais meia
hora se eles não aparecerem à gente cai fora para casa ou para outro lugar! Não
poderia deixar de acender um cigarro e observar ao meu redor, ter algum plano
brilhante para que minha noite não termina-se naquele marasmo, resumindo: - Já estava
de “cara”.
Estávamos sentados próximos à fonte nos acentos de mármores
quando observei a aproximação de um grupo de pessoas mais a frente, tinha
acabado de passar um cigarro para Fael que tossia feito um porco na hora do
abate por ter engasgado com a fumaça.
- Vem, vindo gente ai! Disse Fael com cara de susto e as
pressas apagando e dispensando um baseado. Henrique foi o primeiro a se entocar
um pouco distante da galera para caso fosse a policia deixar visualmente claro
que não estava com agente. Henrique era um filho da puta. Obvio que eu me
aproximei de Joana e peguei na mão dela, olhei bem nos fundos dos olhos dela e
disse:
- Se for a policia agente finge que é namorado! Ela êxito
durante uns três segundos e tentou pronunciar algumas palavras.
- Certo, mas...
- Boa noite senhores. Não precisou ele (seja lá quem
fosse) terminar o “boa noite” para inevitavelmente ter lançado um beijo bem
gostoso na minha colega de reggae que por sorte (medo) ou vontade foi correspondido da
melhor forma possível. Quando ficou claro que era o pessoal que acabava de
chegar nós já estávamos tão entretidos no que estava rolando que não fazia mais
diferença se era uma coisa ou outra.
Depois disso as coisas começaram a esquentar...
Continua...