segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A sombra




Esticada na parede,
Sem ser quem é,
Vaga nos reflexos no chão.

Assombrada,
Eu sei que é,
Ela não tem nenhum coração.

Na noite ela se liberta,
Anda, pula, corre e cai,
O dia vem então ela se vai.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Oscar Wilde: Loucos e Santos



Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Sobre o escravismo social e intelectual das massas



As vezes me pergunto porque realmente vivo no meio de todo esse capitalismo selvagem e de pessoas focadas em serem melhores que as outras de uma forma nada sadia. Me pergunto se toda essa busca por capital e por uma estabilidade e conforto excessivo leva realmente à algum lugar a não ser a solidão já que geralmente quanto mais dinheiro você tem mais só você fica. As vezes me pergunto onde estão todos os valores que foram passados para nós em nossas infâncias; sobre amor, sobre paixão, sobre afeto, sobre ser humano.Muita coisa não mudou do tempo de nossos pais para cá a diferença é que no tempo deles existia algo chamado dignidade. Estamos vivendo em uma sociedade cuja qual não se responsabiliza pelos cidadões que estão gerando; filhos bastardos da sua terra natal. Se focam justamente na condição do individuo por assim dizer gerar capital de giro, esta é estarrativamente a função do cidadão comum que paga suas contas e seus impostos e vive sem saniamento basíco, casa com agua corrente, saúde e dinheiro, já que grande parte de sua renda é gasta para ostentar o monstro do capital em sua casa, ludibriado pela fantasia de ser uma pessoa melhor por ter aquilo mesmo sendo além do que pode comprar e a outra parte gasta no barzinho; intorpecendo os sentidos para não enxergar o problema exposto de forma sínica diariamente no nosso cotidiano.
Dai eu te pergunto: - se isolar de toda essa loucura ou ir contra ela? Essa meu amigo é uma escolha que você tem que fazer por si só. Eu ja fiz a minha.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Soneto "meu"





Vago nas ruas perigosas dos pensamentos,
Meticulosamente esperto, sorrateiro,
Vigiado constantemente por mim mesmo.
Pensar de mais pode ser um erro,
Mais foi assim que ganhei vários beijos,
Conquistados literalmente por mim mesmo.
Nada nunca foi fácil ou realmente difícil,
Tudo foi muito traumático e inesquecivel,
Dentro dos retratos feitos por mim mesmo.

sábado, 20 de agosto de 2011

Sanctuary =============================>



Passam-se os dias, as horas, os segundos em uma espera eterna, e eu por mais cauteloso me perco em seu sorriso e dentro das suas pernas, vagando no limiar do desejo, da cobiça, da vontade encontrolavel dos seus belos raios de sol focados em mim.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Paixão

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Desejo)


Não temo a solidão,
Dou valor a união,
Não digo coisas opostas.
Não falo pelas costas,
Não finjo e nem minto respostas,
Sou usuário continuo da ilusão.
Não compro o amor,
Não ludibrio sentimentos,
Vago pelos cantos silenciosos da sensação.
Não disfarço quando não gosto,
Não vislumbro estereótipos,
Sigo minha própria religião.
Sou a cobra e o pecado,
Sou o leão e o rato,
Sou a personificação da paixão.





domingo, 14 de agosto de 2011

Pensando & Fazendo



Seu corpo molhado,
Envolvido no meu em um abraço,
elevando meus pensamentos.

levados para dentro,
em movimentos continuos,
me perco em sorrisos e fantasias.

O desencaixar das ideias,
ainda tremula as pernas,
ela ri e diz que é poesia.

Dia dos pais

Bom, e eu achando que meu lado supra sentimental tinha sido atingido com os diversos acontecimentos na minha vida ai me vem um copo estilisado dado pelo meu filho para eu perceber que independente do que aconteça ninguem está acima dessa sensação, chega me emocionei na hora(fui me esconder pra enchugar o rosto cheio de lagrimas) na verdade quando se trata de sentimento no mundo em que vivemos cada demonstração de afeto é extremamente valida, somada e dicipada com novas atitudes.
Em suma, feliz dias dos pais para mim e para todos os outros pais do mundo!

(Segue a arte do copo que recebi)

Se(x)gundo




Dentro, fora, de lado,
seu, meu, corpo, pecado,
Doces, doses, insaciáveis.

Desejo, bruto, castigável,
cama, pernas, braços, pro alto,
dança, trança, mesclados.

Começa, acaba, recomeça novamente,
um vinho, um beijo em um glúteo saliente,
meu tesão, seu tesão, o tesão da gente.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Clown




Em cada ideia dada ocorrem gargalhadas,
Seus movimentos sempre são interpretados como cómicos,
Seu carater é esquecido quando a plateia se vai.

Uma nova plateia o aguarda para mais um espetáculo,
Seus lábios se destravam bruscamente em um sorriso gigantesco,
Ele vive novamente das expectativas alheias.

No seu quarto, no final da noite acompanhado de uma garrafa de vodka,
Ele ri sarcasticamente da própria historia e das suas frustações.
Preferia morrer do que fazer mais alguém ri de suas doces ilusões.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Mais uma criança morta na terra das milhares




Chegando da faculdade a noite subindo e descendo ladeiras vi meu coração ser flagelado por uma cena triste de um jovem jogado ao chão ao lado de um carro vermelho expelindo sangue por todos os lados.
Impressionaste como segundos de atraso poderiam ter me retirado da linha de fogo. Por está morrendo de sono acabei descendo em um ponto anterior ao meu, andei bastante até chegar na rua onde moro na liberdade, e quando cheguei fui recepcionado a sons de tiros que não soube interpretar logo de cara, mas, observando as pessoas em suas casas, percebi que alguma coisa estava acontecendo. Na metade da ladeira avistei um grupo de pessoas em forma de semi-circulo (cliché) ao redor do corpo, me aproximei, agachei, observei os pés do garoto de aparentemente deis anos e percebi que tremiam desordenadamente, então encarei as feridas, seu rosto triste, seus olhos fechados e sua agonia tentando não me sentir mexido com isso. As pessoas, olhavam curiosas, uns dizendo que queriam ganhar dinheiro com a matéria para beber no final de semana filmando com o celular, outros falando"esse ai morreu" e outros como eu, curiosamente pasmos. Senti náuseas, a boca seca, o corpo em minha frente me fazia refleti sobre vida e morte, sobre a mente sombria humana, sobre as crianças desse pais que nascem, malmente crescem e tragicamente morrem.
... - Me levantei, recebi um abraço apertado da minha garota que vinha em minha direção assustada, olhei novamente o corpo e parti com os olhos chocados.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Soneto do tempo e o vento



Celebrando o tempo,
Cultivando a vida,
Esculpindo momentos
em frases escritas.

Perdendo-se do foco;
Sonhos imaginários,
Momentâneamente perdidos,
Derivado de outros corpos.

Costurando pensamentos,
Distintos do pensamento inicial,
Ludibriando o tempo
em osmose universal.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Suportar




Não existe dormir quando o sono é uma cilada,
a cabeça no travesseiro me leva para uma longa estrada,
onde o pensamento de pensar faz com que não pense em nada.

Querendo abrigo, proteção em um mar de caos,
isolado, vendado pelas trevas, escrever é a única salvação,
Uma dor interna, fixa, destruindo as linhas do meu coração.

Sequestro de nostalgias meus melhores momentos,
Sangrando por dentro levado pelo mar de medo,
Sofro minha dor e minhas magoas como um verdadeiro guerreiro.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O desconhecido e os céticos

(Edvard Munch - The Scream)


Com o tempo você aprende a ser quem realmente é. A viver o que realmente se vive e sentir quem realmente sente e a ter expectativas verdadeiras sobre o que existe. Com o tempo você amadurece o pensamento, define o que é certo e errado, evita e cede diariamente ao pecado. Digamos que somos como as estações, mudando sempre, mas, até mesmo as estações vivem uma mudança continua, reproduzindo suas personalidades para cada época e repetindo anualmente esse ciclo, sentindo o calor do verão e o frio do inverno.
Temer o desconhecido é como temer a vida e todos os momentos que ela proporciona; suas perspectivas, é temer tudo aquilo que não se sabe, e acredite, nunca se sabe de tudo, por isso, somente por isso, sofrem todos os céticos. Com suas ideias fixas não enxergam possibilidades, criam fantasias que podem provar com argumentos banais e banalizam os outros, exibem a falta de uma conciência critica e analítica de interpretar e julgar os fatos. Não aceitam ideias alheias se distanciando de tudo aquilo que não conhecem, preferem sujar as mãos de sangue a ceder sobre a carência de suas palavras, preferem ofender do que entender aquele que observa e cala.

terça-feira, 22 de março de 2011

Tempo Contínuo Tempo





Quanto tempo, louco tempo,
Vagando a cada tic-tac,
Passando sem questionar ou avisar,
Migrando os pensamentos, colocando-os em categorias,
destribuindo memorias e nostalgias.
Não se perde ou ganha tempo,
Muito menos só se ve-lo passar,
O tempo registra na vida tudo que se vê, tudo que se fala.
Meticulosamente expõe em nós suas ações,
Nas rugas, nas vozes, no nosso modo de pensar,
nosso tempo é curto, porém, o tempo nunca deixa de passar.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Junto & Separado

Está próximo, mas, não o suficiente,
esperar algo que só quem sabe sente,
está sempre junto mais nunca presente.

Separado sem sentido visível,
sozinho nos pensamentos momentâneos,
dividindo metade dos nossos planos.

Sentado na solidão me mantenho, calado,
sentindo a dor de se está junto,mas,separado;

Quem me dera me manter calado,
seria muito menos complicado,
a paz através do silêncio me iluminaria.

Se um dia tivesse imaginado,
provavelmente teria me preparado,
Por você não mais me estressaria.

Mas, o que tem me machucado,
não é o seu corpo junto e separado,
mas, sua alma distraída.

Que se mantem em um mundo opaco,
iludindo os sentimentos vastos,
criado em uma época em que você me via.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Amornescer kryptós"








Deleitei-me em suas mãos gélidas e macias que insinuavam pecado, desejo,
Debruçado, toca-me ao ombro o teu cabelo a boca balbucia prazer,
Vislumbrando o coração agitado, tocando-lhe o seio com olhos ligados,
vira-te corpo, toca-se em pernas, belas palavras são ditas, mergulhando dentro delas,
O silêncio; - desnecessário, toca-me o peito tocando-lhe o teu rosto,
sentindo seu gosto, levando os corpos a conectarem suas tomadas e carregarem suas energias, parece ouvirem terremotos eclodindo em dois corpos,
Não se entende sobre noite e nem dia, lembrando-lhes da sensação sentida outrora,
nas palavras mudas de magia, os encaixes se desencaixam e se cobrem agora.
Levantando tonteando, bolas doendo, cobrindo o corpo com lenços velhos,
na varando surgem alguns versos, sentindo o frio e o deleite de um cigarro,
beijando o sangue de uma garrafa barata, sorrindo sem sentido, sem motivo, sem nada.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Forno Morto





Acordar ao meio dia,
Abrir uma latinha,
Gargareja com cerveja.


Sair por ai às uma e meia,
Não ter muita certeza,
O que fica o que é envão?


Se encontrar em becos e vielas,
Juntar os abutres aspiradores de mesa,
Aspirar, beber, fumar, cai e nunca mais acorda.